relato de um dia à margem
ser um adorno dentro de um transporte móvel, sacudir, ouvir o relincho do trânsito, a cavalaria que passa, desconfiar
carregar um bolinho nas mãos, um amontoado de coberturas doces com corante artificial a dois reais na esquina, oferecer para qualquer um que passa, receber um sorriso sem graça carregado de nojo e desprezo
perceber o olho de quem enoja os pêlos do seu corpo, exige você ser outra coisa
entrar em qualquer lugar para comer qualquer coisa, usar roupas estúpidas e coloridas que não cobrem os pêlos, não ser atendido
pensar que nos trezentos milhões de paulos que ainda existem no mundo dói mais fundo
se sentir um lixo.
é isso...
ResponderExcluir