- acordar e dormir ciclicamente até esquecer qual dos dois implica em permanecer acordado ou dormindo
- respiração acelerada com impulso dos ventos nas costas mesmo com a janela fechada
- abrir a janela e engolir um pedaço do dia
- lembrar de algum sonho, inventando todas as partes que vieram cinzas
- fazer um oito com a orelha no próprio ombro para se sentir menos só e um tanto mais na companhia dos ruídos
- deitar no chão, olhando pra cima e esperar a lagartixa virar morcego. saber que ela espera o mesmo de você
- caminhar com os dedos pelas montanhas geladas de verduras apodrecidas na geladeira até afundar numa areia movediça
- ver, de relance, um pedaço seu fugindo com o circo encanamento abaixo
- perder a ternura, mas sem endurecer
- dormir com os braços esticados para cima e as mãos abertas, para aeroportizar insetos
- pensar em você tão rápido que é quase real
- com o tempo, o alívio de se saber mais fantoche e menos gente
você se sentiria menos sozinha sem mim ou eu sou seu melhor buraco ensurdecedor de possibilidade de borboleta no umbigo da ventania? não precisa pensar mais. dorme agora que eu eu te amparo os vícios e os degluto em verbo
parece que ele caminha no vácuo...
ResponderExcluirmorrer e continuar vivendo... e de repente a campainha
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