domingo, 27 de maio de 2012

quando te dá um silêncio tão oco no estômago que dá vontade de arrotar alguma coisa

Chernobyl, Pripyat, Cidade fantasma.





A cidade de Pripyat [Chernobyl - Ucrânia] foi construída em 1970 para abrigar os trabalhadores da central, que só foram autorizados a sair com uma mala de pertences. Tudo o resto foi deixado para trás. A cidade ainda está cheio de móveis, livros, roupas e outros pertences pessoais, acabando por se transformar num museu.



(Entra correndo como se fosse possível reavivar uma cidade que morreu há 26 anos)

- Dia 26 de abril de 1986, em Pripyat, uma falha no resfriamento causou a explosão do reator de Chernobyl, mas as autoridades levaram 30 horas para orientar a população a sair. O governo soviético admitiu 15 mil mortes, mas, pelas contas de organizações não governamentais foram pelo menos 80 mil vítimas. Considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União 
Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima, resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas. Os primeiros bombeiros que chegaram para apagar o incêndio na usina simplesmente desintegraram depois de algum tempo. Após 25 anos, a radiação no local está acima de 250 microrroentgens, o sistema que mede a radioatividade nuclear: 10 vezes mais do que o normal para os seres vivos. Por isso, só é possível ficar no local, no máximo, por 15 minutos. Os cientistas supõem que os elementos radioativos mais perigosos precisarão de 900 anos, para atingir níveis que permitam ao ser humano voltar a habitar a zona.
E se alguém resolver ficar...?


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Nanquim - texturas e séries













O acidente nuclear de Chernobil


O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente chamadaVladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima.[1] Grandes áreas da Ucrânia,Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas,[2] resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.[2] O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.

Na época do acidente, o governo soviético tentou abafar o caso e informações detalhadas sobre os mortos não foram efetivamente divulgadas. Especulou-se, na época, que os mortos seriam dezenas de milhares. No entanto, em investigação da ONU, em meados de 2005, calculou em 4 mil as vítimas comprovadas ou futuras em decorrência, principalmente, do câncer.
Os números são constados por ONGs, principalmente pelo Greenpeace, que calcula que 93 mil pessoas morreram ou morrerão contaminadas pelo material radioativo. "A catástrofe de Chernobyl liberou 100 vezes mais radiação do que as bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki", diz a organização.

Um quarto de século depois da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, o governo do país europeu defende a utilização da energia nuclear. "Renunciar às tecnologias nucleares é como proibir os computadores", afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov. "Para a Ucrânia, um país obrigado a comprar gás e petróleo, não há alternativa à energia nuclear", ressaltou o chefe do Governo do país que em 26 de abril de 1986 foi palco do maior desastre nuclear da história. 

Azarov afirmou que esta afirmação é válida para muitos países. "Renunciar à energia nuclear seria um erro", disse o governante. "As catástrofes não devem frear o progresso científico." Embora as pesquisas revelem que a maioria dos ucranianos se diz contra a construção de novas usinas nucleares, a postura das autoridades é firme quanto à necessidade de desenvolver essa fonte de energia.




Elena Filatova, ou "KidOfSpeed", é uma das pessoas que mais escreveram sobre a "Zona Morta" - área de aproximadamente 30 km² criada após o acidente de Chernobyl - na Ucrânia e na Bielorrússia. Alguns anos atrás, seu site virou sensação no mundo por mostrar um passeio pela região em uma moto, lembrando o que, para muitos, estava enterrado sob o sarcófago. A ucraniana trouxe novamente à tona a mórbida paisagem que sofre os efeitos da radiação. A explosão, cem vezes mais radioativa que as bombas de Hiroshima e Nagasaki juntas, deixou, além de um legado de mortes, um perigo invisível, silencioso e cruel: os raios gama, o pior e mais letal forma de ionização. 

"A radiação gama é cumulativa, vai somando-se com o tempo. Humanos podem se expor a uma quantidade X de raios gama durante sua existência. É como se você recebesse dinheiro suficiente para gastar durante toda a sua vida", explica Filatova.


 "Você deveria gastá-lo de forma sábia. Os cientistas que trabalham no sarcófago de Chernobyl podem desperdiçar seu 'capital' em algumas horas. Em Chernobyl, como na vida, alguns gastam em um lugar o que outros fazem durar por anos. E sintomas como vômitos e náusea significam que a 'falência' está muito próxima." 

Os primeiros bombeiros que chegaram para apagar o incêndio na usina simplesmente desintegraram depois de algum tempo. E ainda hoje, 23 anos depois, há bolsões de radioatividade altíssimos na cidade de Pripyat, que abrigava os trabalhadores da usina e seus parentes. Os maiores deles estão dentro dos prédios, na floresta chamada "Madeira Vermelha" (que, segundo dizem, tem esse nome por ter brilhado no escuro após a explosão) e nos cemitérios da "Cidade Fantasma", como é conhecida Pripyat. 
 Por ano, centenas de turistas pagam cerca de US$ 400 por um dia de passeio pela sinistra região, segundo o Chernobylinterinform. E muitos dos guias também cobram "extras" pelo serviço. 


E o que jaz sob o sarcófago de concreto que cobre o reator 4 da usina de Chernobyl vai permanecer ativo por mais de 100 mil anos. "As pirâmides do Egito duram 6 mil anos. Chernobyl é nossa contribuição para a História da Humanidade. É uma Pompéia dos tempos modernos", lembra Filatova. 

Lissy Elle

Fotógrafa Canadense de 17 anos. Suas fotos demonstram uma produção cuidadosa, passando por elementos imaginários, provocativos e tendo como alvo principal o corpo ou a figura que ele representa dentro de uma determinada situação.
     “Regressa ao teu livro” (Get Back in Your Book) é uma série particularmente interessante de fotos fantásticas em que os personagens dos livros tentam fugir, ou regressar, às histórias a que pertencem. Lissy descreve estas imagens como uma colecção de personagens que lutam para se manterem no mundo real.















domingo, 20 de maio de 2012

Cidades Fantasmas

1. Bodie, Califórnia
Cidade construída para explorar as minas de ouro. O ouro acabou na década de 80. Consequentemente, a cidade também.


2. San Zhi, Tailândia
Cidade futurista construída para famílias ricas se isolarem. Depois de diversos acidentes durante a construção, o processo foi interrompido e nunca ninguém foi mais à cidade. As cidade próximas explicam que é por causa dos fantasmas.


3. Varosha, Chipre
Cidade evacuada durante uma invasão da Turquia. Foi cercada com arame farpado. Hoje suas praias desertas pertencem a milhares de tartarugas marinhas.

4.Hashima, Japão
Conhecida como "Ilha do Demônio". A cidade abrigada uma fábrica da Mitsubishi e seus operários. Quando a busca por energia passou a ser voltado par o petróleo, a cidade foi abandonada. Depois de 25 anos fechada, o Japão resolveu abrir a cidade para visitação.

5. Balestrino, Itália
Cidade abandonada há 50 anos por instabilidades geológicas. Agora é impossível chegar por via terrestre.

6- Katoli World, Tailândia
A pequena cidade foi construída no meio de uma floresta para abrigar um gigantesco parque de diversões, que rapidamente faliu e a floresta começa a recuperar o que lhe foi tirado.

7- Centralia, Pensilvânia
A cidade se sustentava pela industria do carvão. Em 1962, a queima do lixo acabou ateando fogo à mina e consequentemente a todo o subterrâneo da cidade, liberando monóxido de carbono. Problemas de saúde começaram a surgir em toda a população e um menino quase morreu quando o chão se abriu. Disse que caiu no inferno. O último registro de gente na cidade foi em 2007, quando 9 pessoas ainda moravam na cidade que queima até hoje.

8- São João Marcos, Brasil
Uma cidade foi demolida para a construção de uma usina hidrelétrica que prometia alagar a cidade. A água nunca chegou aonde ficavam as casas. Tudo foi inutilmente destruído. 

9- Craco, Itália

Cidade medieval. Por ser muito alta, as condições de cultivo foram ficando cada vez mais precária. Os terremotos começaram a rachar suas estruturas. Mantém-se em pé até hoje.

10- Pripyat, Ucrânia
Um acidente nuclear em 1986 causou danos hereditários a população de 50.000 habitantes. Serviu por um tempo de museu. Depois foi absolutamente saqueada. A cidade é radioativa até hoje.








E se em algum desses lugares... alguém resolveu ficar?





terça-feira, 1 de maio de 2012

Partitura Multidão

Momento que inaugura a partitura:
cansaço/vaidade
mão no rosto
respiro

- cabeça
- mão no cabelo
- espreguiçada - ajeitadinha
- respiro
- posições de contemplação/ paisagem -sentada
                                                         -quadril lateral
                                                         -braço asas (cla)
                   
Partitura:
cabeça
quadril pequeno
recaída para trás
quadril
recaída para a lateral
quadril - perna
...
janela
recaída
quadril - perna
janela
recaída
quadril - perna
janela
recaída

balancinho
câmera-lenta
pernas - primeiro deslocamento

queda.


Entre o Harry e o fim da Ana Lu


(O tom de brincadeira do Harry ainda se mantém durante o início da cena)
Clarice- Sai da chuva! 
Padu- Vai inundar!
Clarice-Vai pra dentro, vai. 
Padu-Vai lá! Anda! Que saco, vai pra dentro!

Ana Lu permanece deitada olhando o teto.

Padu- A área vai ser inundada. (Pausa) Eu tenho uma licitação pra inundar, tá bom? Isso aqui não vai mais existir. Eu vou construir uma usina hidrelétrica.

Ana coça os pés.

Clarice- Infelizmente você vai ter que sair. Pega sua bolsa, sua janela, se você quiser. 

Padu-Sai!

.Clarice- Imagina esse mofo crescendo pela parede. Isso aqui não terá mais nada seu. O mofo engole tudo, não tem jeito.

Ana Lu permanece deitada olhando o teto.

(Longa pausa, fim do clima de implicância e brincadeira.)

PaduPrometo te dar 5 kilos de arroz, 1 kg de feijão, 1 kg de açúcar, 250 g de café, 130g de biscoito cream cracker, 1 kg de farinha de trig... (Pausa) Uma coca-cola.

Ana coça os pés.

Clarice- Prometo desligar as câmeras. Não existe ninguém que monitora mesmo.

Ana Lu permanece deitada olhando o teto.

Padu- Existe um código de defesa do consumidor aqui, se você quiser. A janela é cortesia. Pode levar. Você ainda ganhou mais uma cortesia... Parabéns!

Ana Lu permanece deitada olhando o teto.

ClariceAqui, um cano.
Padu- Obrigada.
Clarice- De nada.
Padu- Eu não tinha percebido o mofo na parede.

(Clarice e Padu saem.)



Início de um novo fim.

(Ana Lu deitada no chão observando algo no urdimento. Inicialmente parece descrever o que vê e aos poucos embarca na ficção, como se a história do menino do poço partisse do concreto, do que enxerga no teto, do refletor talvez.) Escuridão. No fundo talvez uma possibilidade, não sei, um vestígio... Quem sabe?... Não é luz no fim do túnel. Não estou falando de morte, por favor. Ainda que possa ser fim. Compartilhar o mesmo espaço nada tem a ver com tempo. E continuo. O menino perdido, jogado, sozinho, feito grão de areia, no fundo do poço. Mas ele não se considera grão, nem menino, nem areia. Vive perfeitamente sem um nome, seja genérico, particular, provisório, permanente, incorreto ou preciso. Nosso olhar, nosso toque, nada significam pra ele. E o fato de ter caído no poço é uma experiência nossa, não dele. Poderia cair em qualquer outro lugar, sem saber se parou de cair ou se continua caindo. O fundo do lago existe sem chão e sua margem sem beira. Sua água não se sente nem seca, nem molhada e suas ondas nem uma nem muitas. Gritam um nome. Seu nome, que a essa altura, já não diz mais nada a seu respeito. E mesmo quando seu corpo é retirado do poço, há algo que fica. Sempre esquecemos alguma coisa. Resta um rastro. Ninguém se deu o trabalho de apagar as pistas e ainda que tentassem , sempre um vestígio sobra. O corpo não tinha fome, se ela ficou no poço eu não sei. O corpo já não se sentia grão, nem areia, nem nada. Quem sou eu pra inventar o que ele deixou no poço, mas faltava tanto do menino no corpo que me arrisco a dizer que o poço transbordou, virou rio, inundou a tribo e varreu todo o resto. E agora resta um som, quase azul, quase assim:(canta)