segunda-feira, 21 de maio de 2012

O acidente nuclear de Chernobil


O acidente nuclear de Chernobil ocorreu dia 26 de abril de 1986, na Usina Nuclear de Chernobil (originalmente chamadaVladimir Lenin) na Ucrânia (então parte da União Soviética). É considerado o pior acidente nuclear da história da energia nuclear, produzindo uma nuvem de radioatividade que atingiu a União Soviética, Europa Oriental, Escandinávia e Reino Unido, com a liberação de 400 vezes mais contaminação que a bomba que foi lançada sobre Hiroshima.[1] Grandes áreas da Ucrânia,Bielorrússia e Rússia foram muito contaminadas,[2] resultando na evacuação e reassentamento de aproximadamente 200 mil pessoas.
Cerca de 60% de radioatividade caiu em território bielorrusso.
O acidente fez crescer preocupações sobre a segurança da indústria nuclear soviética, diminuindo sua expansão por muitos anos, e forçando o governo soviético a ser menos secreto. Os agora separados países de Rússia, Ucrânia e Bielorrússia têm suportado um contínuo e substancial custo de descontaminação e cuidados de saúde devidos ao acidente de Chernobil. É difícil dizer com precisão o número de mortos causados pelos eventos de Chernobil, devido às mortes esperadas por câncer, que ainda não ocorreram e são difíceis de atribuir especificamente ao acidente. Um relatório da Organização das Nações Unidas de 2005 atribuiu 56 mortes até aquela data – 47 trabalhadores acidentados e nove crianças com câncer da tireóide – e estimou que cerca de 4000 pessoas morrerão de doenças relacionadas com o acidente.[2] O Greenpeace, entre outros, contesta as conclusões do estudo.

Na época do acidente, o governo soviético tentou abafar o caso e informações detalhadas sobre os mortos não foram efetivamente divulgadas. Especulou-se, na época, que os mortos seriam dezenas de milhares. No entanto, em investigação da ONU, em meados de 2005, calculou em 4 mil as vítimas comprovadas ou futuras em decorrência, principalmente, do câncer.
Os números são constados por ONGs, principalmente pelo Greenpeace, que calcula que 93 mil pessoas morreram ou morrerão contaminadas pelo material radioativo. "A catástrofe de Chernobyl liberou 100 vezes mais radiação do que as bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki", diz a organização.

Um quarto de século depois da explosão de um reator da usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, o governo do país europeu defende a utilização da energia nuclear. "Renunciar às tecnologias nucleares é como proibir os computadores", afirmou nesta segunda-feira o primeiro-ministro da Ucrânia, Nikolai Azarov. "Para a Ucrânia, um país obrigado a comprar gás e petróleo, não há alternativa à energia nuclear", ressaltou o chefe do Governo do país que em 26 de abril de 1986 foi palco do maior desastre nuclear da história. 

Azarov afirmou que esta afirmação é válida para muitos países. "Renunciar à energia nuclear seria um erro", disse o governante. "As catástrofes não devem frear o progresso científico." Embora as pesquisas revelem que a maioria dos ucranianos se diz contra a construção de novas usinas nucleares, a postura das autoridades é firme quanto à necessidade de desenvolver essa fonte de energia.




Elena Filatova, ou "KidOfSpeed", é uma das pessoas que mais escreveram sobre a "Zona Morta" - área de aproximadamente 30 km² criada após o acidente de Chernobyl - na Ucrânia e na Bielorrússia. Alguns anos atrás, seu site virou sensação no mundo por mostrar um passeio pela região em uma moto, lembrando o que, para muitos, estava enterrado sob o sarcófago. A ucraniana trouxe novamente à tona a mórbida paisagem que sofre os efeitos da radiação. A explosão, cem vezes mais radioativa que as bombas de Hiroshima e Nagasaki juntas, deixou, além de um legado de mortes, um perigo invisível, silencioso e cruel: os raios gama, o pior e mais letal forma de ionização. 

"A radiação gama é cumulativa, vai somando-se com o tempo. Humanos podem se expor a uma quantidade X de raios gama durante sua existência. É como se você recebesse dinheiro suficiente para gastar durante toda a sua vida", explica Filatova.


 "Você deveria gastá-lo de forma sábia. Os cientistas que trabalham no sarcófago de Chernobyl podem desperdiçar seu 'capital' em algumas horas. Em Chernobyl, como na vida, alguns gastam em um lugar o que outros fazem durar por anos. E sintomas como vômitos e náusea significam que a 'falência' está muito próxima." 

Os primeiros bombeiros que chegaram para apagar o incêndio na usina simplesmente desintegraram depois de algum tempo. E ainda hoje, 23 anos depois, há bolsões de radioatividade altíssimos na cidade de Pripyat, que abrigava os trabalhadores da usina e seus parentes. Os maiores deles estão dentro dos prédios, na floresta chamada "Madeira Vermelha" (que, segundo dizem, tem esse nome por ter brilhado no escuro após a explosão) e nos cemitérios da "Cidade Fantasma", como é conhecida Pripyat. 
 Por ano, centenas de turistas pagam cerca de US$ 400 por um dia de passeio pela sinistra região, segundo o Chernobylinterinform. E muitos dos guias também cobram "extras" pelo serviço. 


E o que jaz sob o sarcófago de concreto que cobre o reator 4 da usina de Chernobyl vai permanecer ativo por mais de 100 mil anos. "As pirâmides do Egito duram 6 mil anos. Chernobyl é nossa contribuição para a História da Humanidade. É uma Pompéia dos tempos modernos", lembra Filatova. 

Um comentário: