sexta-feira, 19 de outubro de 2012

quase fim do fim

Não, não sei muito de lá, sabe? Mas aqui o tempo ainda não começou. Compartilhar o mesmo espaço não tem a ver com tempo. Essa pressão... (os homens são mudos, os nomes não existem, a linguagem vai ser inventada...) nos olhos...
No começo era eu, comendo os cantos da parede, escondido, baixinho, beixinho, mais baixo, mais. Até sumir. A cabeça afirmativa.
Que nem a história da aldeia, lembra? (cantarolar) mesmo tamanho. Virou areia. Grãorruído. Ninguém ouviu o menino se afogar. Ninguém nunca me vê mastigando os rebocos. E o fato de ter caído no poço é uma experiência nossa, não dele. Podia ter caído em qualquer lugar,

o menino

sem saber se parou de cair ou se continua caindo. E mesmo quando seu corpo é retirado do poço, fica. Sempre esquecemos alguma coisa... Ninguém se deu ao trabalho de tampar o poço.

quase no
fundo do mesmo
menino
que ao mundo
veio
pra
nun
ca
vol
tar

Saiu sem vontade. Já não se sentia nada. se sentia nada. Quem sou eu pra inventar o que ele deixou no poço, mas faltava tanto de mundo no menino caído no tempo que a aldeia

(tempo)

Devora o teu choro
que o mundo em coro vai
pas
sar

me a'

risco a dizer que o poço transbordou, virou rio, inundou a ribo e varreeeeeeeeeu todo o resto. Agra resta um som, quase azul, quase:

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